quarta-feira, 28 de abril de 2010


"Nada a temer, senão o correr da luta. Nada a fazer, senão esquecer o medo. Abrir o peito à força numa procura. Fugir das armadilhas da mata escura... Longe se vai, sonhando demais, mas onde se chega assim? Vou descobrir o que me faz sentir: Eu caçador de mim. " (Caçador de Mim - Luiz Carlos Sá - Sérgio Magrão)



Como vocês podem observar, ela está em cima da linha.
A linha é reta, prática.
A linha é capaz de levá-la de um ponto a outro.
Mas ela está em cima da linha.
E o estar "em cima da linha" conclui muita coisa. Principalmente desse ângulo que eu a enxergo.
Eu sei que ela até tenta dar uns passos. Para frente. Para trás. Mas sair da linha? Ah! Isso ela não faz.
É tão mais cômodo estar ali. Não tem risco. Não tem medo. Não tem dúvida. É só estar ali e dar uns passos. Para frente. Para trás.
Mas a pergunta é: De que ponto ela quer sair? Em que ponto ela quer chegar? Será essa a linha certa?
Ela olha ao redor e a geometria seduz. Desde as paralelas até outras formas, outros pontos, outras linhas que não são retas. Que tal uma curva? Que tal um outro plano cartesiano?
Que tal o menos prático, mas que aguce um pouco mais a sua inteligência?
Ela está em cima da linha e precisa unir os pontos, aplicar fórmulas pra resolver sua matemática.
E sem a ajuda do sr. Pitágoras.
Ela sente medo. Sair da sua lógica a faz retrair.
E o que ela faz é curvar essa linha e andar em círculos.
E realmente o que ela não queria era fugir da exatidão.
Mas apenas buscar a sua própria geometria.


Preciso sair contra o vento. Não quero deixar pista. Não quero levar na bagagem nem passado, nem presente. Não quero saber meu nome, muito menos sobrenome... Quero novos disfarces.... Quero um outro lugar... Quero montar um velho quebra-cabeça com novas peças... Preciso recomeçar de um ponto em que eu não parei!

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