segunda-feira, 29 de setembro de 2008

esse terá que se preocupar com minhas pausas intercaladas.
decifrar os enigma do bater dos pés.
se tornar aflito pelo excesso de vírgula.
compreender os rascunhos de gaveta.
fazer silêncio com meus gritos contra o muro. achar absurdo meu deserto de palavras. apertar forte a minha mão ao ver o morder dos lábios.

pois ele há de sacar.

ele há de sacar.

até mesmo a ausência de letras maiúsculas num post qualquer, desse lugar qualquer, para um tal qualquer, que me quer.

terça-feira, 23 de setembro de 2008


"(...)Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor nos domine?
Minha resposta? o amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha. como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto."

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... Para dias que me remetem a outros dias.
... Para dias que trazem a primavera.
... E pra Primaveras que levam amores.

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"Porque, é Primavera... Já cantaria Tim Maia...

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"Let the seasons begin - it rolls right on!!" ...Cantaria Zach Condon do Beirut.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008


"Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti..."

segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Afinal, afinal... Ele tem o fácil acesso. Ele está ali tão perto. Ele tem o modelo ideal. Ele é o que ela se permitiria, mas se fosse o que ela pretendia. Uma pretensão de que ele se tornasse para ela, o que ela era para ele. Ela é verdade, é puramente simples, nada de sofisticação. Mas ele não a entende. Ele não a lê. E ela se enrola nas suas próprias cordas pra prendê-lo. E ele foge sempre de maneira fácil. Não há nó. Não há laço. Não há nada que o faça ficar... E ele sempre se vai. E ela fica com a mesma dúvida todas as noites em que ele se lança pela janela e se disfarça de sombra na escuridão: Quem é ele? Quem é que o trouxe ali? O que significam esses rastros? Por que deixar tantas marcas? Qual a verdadeira intenção dos seus beijos? Faz frio e ele não a aquece. Faz frio e ele não a aquece. Faz frio e ele não a aquece.

.... E ela não sabe até quando suportará a sensação de sentir frio em dias tão quentes.

Uma noite com direito a 1 litro de vinho, música ao vivo e uma mesa com velas....
No caminho, Amy cantou Tears Dry on Their Own e na volta, Valerie.
Uma mistura de sensações, vazio, alegria, confusão.
Nada diferente do que era previsível.
Mas o diferente é que hoje não tive vontade de colocar nenhuma blusa com aquelas tantas flores coloridas. Cores que brilhavam num olhar que foi mais esperançoso.
E Amy está de volta, nesta manhã, como fundo musical:
Back to Black.