domingo, 10 de fevereiro de 2013


A mente vazia repete atrás da porta que define sua entrada:
Não há ninguém!
Ninguém prometeu escrever, voltar, chegar.
Não há nenhum tipo de retorno sensível.
Nenhuma frase de impacto.
Nenhuma cena eternizada ou incompleta.
Os pontos e os pingos estão nos devidos lugares.
Não há nada que modifique o status do vazio que se apropria da esperança obsoleta.
A negação substitui com veemência a dúvida que inquieta e irrita.
Ao negar a ação de esperar o que não existe, faz-se real a presença do nada.
O nada que acontece, de maneira induzida, na mente que aprendeu a ser controlada, ponderada e limitada.
Adestraram a mente para educar o coração.
Prepararam as poucas escolhas e sorte para suprir a dependência e carência, como alívio certo.
E deixaram pequenas frestas para que a luz, um dia, invadisse o vazio.
Mas os olhos se fecham para que as vistas não assimilem as possíveis luzes,
Ora do passado, ora do futuro.
E a luz que teima em entrar pelas frestas, não é decodificada e compreendida pela mente castrada,
Atrofiada à certeza do nada permanente.
A mente não entende como esses feixes poderiam persuadir o vazio.
E sequer sente a necessidade de que eles entrem.
Ela ignora e segue, deixando ecoar o velho lamento:
Não há ninguém.
Ninguém que traga a cura em tempo, antes de findar a queda livre
Rumo ao vazio infinito de sua solidão.
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1 comentários:

tati disse...

Jaque! Saudades das nossas conversas. Não passava por aqui há alguma tempo... tá escrevendo bem, hein? Escreva mais e sempre. Beijos