Quando ela vestiu a blusa que estava dobrada na gaveta...
Quando ela tirou os grampos que prendiam seus cabelos...
Quando ela passou o esmalte em suas unhas...
Quando ela coloriu os lábios...
Quando ela sorriu pro sol...
E saiu assobiando o amor...
Foi assim que eu a vi diante de mim.
No espelho da minha alma.
No retrato falado de uma nova esperança.
Esperança de ser feliz.
Os sentimentos que outrora foram tão confusos, podem se
tornar simples como num passe de mágica... Aquela pedra que rolava ribanceira
abaixo, de repente se transforma em pena solta ao vento. A vida tem essa mania
esquisita de pregar peças na gente. E na maioria das vezes nos surpreendemos
com tamanho jeito que ela leva para esse tipo de coisa. E nessa cena em que
tudo passa a fazer sentido, eu costumo apertar a tecla "pause". Fico
horas voltando a imagem de um ponto a outro, na esperança de ver ali um sinal.
O momento em que aparece aquele "click" que acende a luz no fim do
túnel, que dá a melhor idéia, a solução mais viável, que traz a sorte de volta
para a vida errante. E enquanto eu não descubro o momento exato em que o mundo
resolveu dar mais uma de suas voltas, sigo adiante apertando a tecla
"play" desse - incontrolável - controle remoto apontado para o filme da
minha vida.
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